terça-feira, 17 de agosto de 2010

Africanas 1

Cheguei finalmente aqui. Moçambique.

Foram 18 horas de voo extremamente cansativas. Doze horas dentro de um Avião da SAA (South Africa Airwais), o restante em voos regionais, ou melhor, um voo internacional com jeito de local (Joanesburg a Moatize) e um regional (Moatize a Tete).

A pobreza por aqui assusta. Creio que a nossa pobreza é rica comparada com a miséria que existe aqi. A maioria das casas não tem nenhum tipo de conforto tais como água encanada e eletricidade. São barracos feitos em tijolo de barro cobertas com palha ou folha de zinco e com um único comodo. A única diferença é que não se amontoam como nas nossas favelas. Parecem mais aldeias, as choças são espaçadas umas das outras por alguns metros.

Na rua as pessoas fedem por não terem como se banharem regularmente. Ajuda também o calor na casa dos 45 graus. O fim do dia é triste. Acho que apenas 20% ou menos da população tem acesso à água encanada e algum tipo de esgoto. A culpa não é deles. São pessoas simples, mas simpáticas. Sisudas a principio, desconfiadas até, mas simpáticas. Muito educadas.

Costumam falar baixo e num português difícil. Apenas 40% da população é fluente nessa língua, apesar de ser a língua oficial do pais.

Já os brancos sul-africanos são um caso a parte.

Os malfadados africaners parecem um bando de hooligans. Falam alto, cospem no chão, fumam em lugares onde não é permitido, jogam lixo na rua, dirigem como pilotos de F1 e fazem toda sorte de barbaridades. São literalmente uns selvagens.

É um contraste interessante de observar. Um grupo educado, quase europeu de negros conversando mansamente em português e ao lado um grupo de brancos aos berros noutra mesa, cometendo toda sorte de descortesias. Uma inversão curiosa.

Outro aspecto curioso é observar as pessoas nas ruas. As mulheres vestem-se com grandes lenços multicoloridos enrolados nos corpos (não todas, pois algumas vestem-se como nós estamos acostumados a ver) e os homens parecem cabides em suas roupas estilo ocidental. Elegantes mesmo, só os que são muçulmanos, já que vestem longas batas e um chapéu simples.

O que está difícil é acostumar com a diferença de horário. Cinco horas para frente é de doer!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Estou de mudança de obra. Agora fora do pais, na África.
Projeto de Carvão de Moatize, Moçambique.
Apesar de estar ainda mais longe, agora estou em um lugar com mais infraestrutura. Pelo menos o hotel onde a equipe estará alojada tem mais suporte como internet banda larga e TV a cabo.
O lado ruim é que fora do desse local aparentemente não há mais nada.
Vamos ver como é que fica.
Abaixo vão duas fotos da região onde estava, no caso a vila de Catas Altas, junto a serra do Caraça, 7 km do centro de Barão de Cocais, a cidade onde estive "acampado" nos últimos 12 meses.


Apesar de muito bonito, como comentei anteriormente, essa região parece estar isolada do mundo.