segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

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Eu ouvi essa canção pela primeira vez por volta de 1982, foi um grande sucesso na época. O compositor é um tal de Fish (Peixe) e o conjunto é o Marillion (de Silmarillion, obra do J.R.R Tolkien, o mesmo de O Senhor dos Anéis). Fish tem esse apelido pois é um cara estranho. Com 1,9 metros de altura, tinha cabelos pretos, longos e uma pele muito branca, pálida, cadavérica. Apresentava-se vestido com uma roupa negra, com losangos marrons, lembrando a veste de um antigo menestrel ou bobo da corte medieval. Ou então com uniformes de colégios militares antigos, de tradicionais escolas britanicas. Fora isso bebia muito e normalmente apresentava-se bebado, invariavelmente carregava uma garrafa de wisk barato da qual se servia direto no gargalo durante a apresentação. Era uma figura no minimo muito esquisita. Mas as letras de suas canções eram épicas e faziam voar na época. Eu assisti pessoalmente a uma apresentação desse conjunto no Rio em 89, no caso já sem o Fish.

Esta canção fala do fascínio masculino pelas prostitutas e o que o homem sente ao final disso, o vazio. O estupro mutuo, o que nos transforma a cada ida... A cada nada. É estranho isso. Com o tempo vamos pegando nojo, outros, raiva, mas mesmo assim voltamos. A isso chama-se de misoginia, no caso a raiva (em alguns casos ódio mesmo) do sexo oposto. Continuamos heteronexuais, adoramos o sexo com mulheres, porém não conseguimos respeitá-las como pessoas. Alguns chegam a considerá-las meros objetos de uso-fruto. Particularmente, eu ainda não sou assim.

E pensando no assunto, acho que encontrei a resposta para uma de minhas dúvidas a esse respeito. A duvida que tenho em não conseguir entender como as mulheres conseguem se prostituir.

Uma vez li algo que dizia o seguinte (e, pela minha experiência digo que é bem verdadeiro): O homem faz sexo para se sentir bem (por isso faz muito). Já a mulher precisa se sentir bem para fazer. A situação é fisiológica, dado que está ligado às necessidades da procriação da espécie. A mulher carrega o fruto do sexo, o homem não. O desejo que os dois sentem é o mesmo, a forma como encaram o ato é diferente. Quando a mulher se prostitui, ela se masculiniza, tendo de fazer sexo quer goste ou não. Como precisa se sentir bem, acaba se entregando à bebida e outras coisas menos suaves.

Voltemos a musica. Primeiro vai ela em inglês, no original e depois a minha tradução. Quando a ouvi pela primeira vez, achei-a sinistra. Não entendia uma palavra de inglês mas mesmo assim gostei, era moda... Dois anos atras, desenterrei a discografia do Marillion e a ouvi novamente. Continuei gostando, porém agora entendi a letra. Achei-a ainda mais sinistra, porém foi a inspiração para escrever um trecho visceral em um de meus romances (novelão mesmo), no caso a última parte da saga O Bimeron, que iniciarei a publicar nesse blog a prtir da semana que vem. Na época invejei o poeta, hoje ainda mais. Queria ter escrito isso.

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